Irineu Tolentino
A eleição do socialista François Hollande na França é mais uma confirmação da "Primavera Européia"; óbvio, em escala civilizada.
O Jornal Brasil 247, em matéria de capa ( http://bit.ly/ITkFgV ), ressalta a vitória do socialista e até afirma que as relações Brasil-França melhorarão.
Sim, muito provavelmente isso irá acontecer, dada a afinidade principiológica entre o PT e o Partido Socialista francês (ao menos em tese).
François Miterrand, que era do partido socialista reelegeu-se, Sarkozy, apenas escorado nas relações estreitas com os EUA e na imagem de Carla Bruni, não.
O eleitor está cônscio do seu poder transformador através das eleições. A internet abriu-lhe os olhos de modo a possibilitar-lhe enxergar as notícias de forma mais pura, sem filtros prévios e, muitas vezes, financiadas pelo dinheiro sujo.
Uma série de fatores, deu ao povo o que Maquiavel já descobrira muito tempo antes: procurar a verdade mais pelo efeito das coisas, do que daquilo que delas se possa imaginar.
Cada cidadão é um jornalista-âncora no mundo, pois tem plena capacidade de difundir as notícias e emitir sua opinião; no pior dos casos, em países menos democráticos, basta um pseudônimo (como os poetas e escritores faziam antigamente).
Lembro que Sarkozy era candidato pelo partido UMP - União por um Movimento Popular, mas, mesmo assim, foi o povo que o rejeitou. Não obstante, reconheçamos que ele saiu com dignidade: falou com Hollande, logo após a sua derrota, desejando-lhe boa sorte. Palmas para ele!
Essa consciência de que os partidos de hoje não passam de sopa de letras já está se instalando no Brasil... Notem que, embora eu seja apartidário, o PT foi uma grande mudança aqui. Aliás, o Brasil deu um show nas últimas sucessões presidenciais.
Mudança é isso: feita pela vontade do povo, e de forma civilizada, sem a pretensão horrorosa de destruir o mundo.
Há distorções e câncros na política? Ainda há, mas as mudanças estão acontecendo, inclusive aqui no Brasil. Hoje, vale muito mais aquilo se sabe e se quer fazer pelo povo do que aquilo que se fez na pré-história política. O povo não quer mais viver de biografias.
Em relação aos EUA, para mim, o Obama já é a mudança. Um homem negro, jovem, simpático, menos belicista que os anteriores e um pouco mais comprometido com as pessoas do que com o status dos EUA... Eu me arrisco a dizer que, embora ele não tenha atendido plenamente às expectativas do povo norte-americano, ganhará a eleição nos EUA.
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