Irineu Tolentino
Pode até parecer um erro do governo a redução do IPI para os automóveis, mas não é.
Quando eclodiu essa crise mundial, levando muitos mercados à banca rota, o mundo ficou desesperado. Empresas, governos e grandes, megas, hipers investidores cortaram investimentos. O desemprego e a inflação estavam subindo, assustando todo mundo. Era um desespero generalizado.
Lula, talvez até meio que sem entender a gravidade do cenário internacional (o que não creio), disse que essa crise chegaria no Brasil como uma "marolinha". Pronto, foi motivo de chacota globalizada (aliás, hoje, tudo é globalizado). Mas, o fato é que Lula acertou (isso ninguém disse).
Se ele acertou porque anteviu os efeitos do cenário global ou se foi porque já tinha em mente as medidas de contra-ataque à crise, não sei dizer; mas, que acertou acertou! Então, por que correr o risco? Se a economia global está afundo e está havendo retração na demanda, por que não reimplantar as mesmas medidas já que, comprovadamente, elas se mostraram como bons remédios?
Apesar disso, alguns "ecologistas de plantão" (gosto de ecologistas, mas alguns são mesmo ecochatos) estão dizendo "- Por que os automóveis e não o transporte público? Por que fomentar a demanda de um produto que polui, etc, etc, etc?". Porque, comprovadamente, os automóveis têm uma cadeia de produção longa e complexa, envolvendo muitos trabalhadores diretos e indiretos. Quando se beneficia o setor, beneficia-se uma infinidade de pequenas oficinas mecânica, funileiros, estacionamentos, fabricantes de produtos automotivos, lava-rápidos,...até flanelinhas. Ou seja, ataca-se o problema num dos setores mais fortes da economia.
A isenção dada não é uma medida para beneficiar os "ricos", como muitos desavisados afirmam. Ela recairá nos veículos 1.0 (posteriormente haverá também na linha branca, materiais para construção, móveis...). É uma medida urgente já que a economia global está indo para a UTI e pode levar o Brasil junto.
Até mesmo a China - o gigante asiático - anunciou que irá estimular o crescimento, pois a desaceleração da economia dela também está assustando, tanto que o governo se contentaria até com uma "estabilização".
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