Irineu Tolentino
O Deutsche Bank propôs uma situação inusitada para a Grécia: a criação do "Geuro". Isso mesmo, "Geuro"!
É que, diante da iminência da saída da Grécia da Zona do Euro (o que está fazendo com que toda a Europa fique preocupada (não só pela Grécia em si mesma, mas também por conta do efeito dominó potencial e dos efeitos colaterais para o bloco), o maior banco privado da Alemanha - já um tanto conformado e bastante preocupado com a catastrófica saída grega - inovou. Mas, na verdade, está pedindo que ela saia "à francesa".
Na Europa, o temor está fazendo com que a racionalidade seja colocada de lado. Até hoje, os líderes europeus, e mesmo a troika, não conseguiram solucionar os problemas gregos: injetaram bilhões de euros, fizeram acordos, cobraram a implantação de pesadas medidas de austeridade, orquestraram o "perdão" de significativa parcela da dívida grega e, até agora, nada. É isso mesmo! Todo esse "esforço" não deu em nada. Eles estão esquecendo do principal: o povo, de onde emana todo o poder da Grécia, conhecida como berço da democracia.
Vale lembrar que, se tudo der certo (já que na Grécia de hoje nada é certo), no dia 17 de junho haverá eleições e a oposição às medidas de austeridade tem grandes chances de ganhar.
Sugerir um nome para uma nova moeda grega é o mesmo que dizer que a Grécia não tem competência nem para escolher o nome da própria moeda. Trata-se, portanto, de uma proposta descabida e desesperada do Deutsche Bank que, como as demais, será motivo de chacota. Menos pior seria a indexação da economia, como fez a Argentina.
"Soluções" inusitadas não param de aflorar por lá. Já disseram até que a saída para a Grécia seria uma estratégia de marketing, mudando o nome do país como se faz para dar um upgrade em alguns produtos com vendas fracas.
Pode isso produção?
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