9 de jul. de 2012

Chico Buarque e o apoio a Dilma Rousseff


No dia 13/10/2010, a revista Carta Capital publicou o manifesto de apoio de Leonardo Boff, Chico Buarque, Fernando Morais, Emir Sader e Eric Nepumuceno à então candidata à Presidência da República Dilma Rousseff. 

Vários manifestos surgiram na campanha eleitoral: professores, juristas, intelectuais... É uma pena que, depois das eleições há uma descontinuidade no trabalho de acompanhamento dos trabalhos, principalmente da  classe artística, que melhor se comunica com o povo.  
Aqui no "Em Tese" você pode conferir o que pensamos a respeito da falta de atitude da classe artística em relação à política e aos grandes acontecimentos atuais: pura apatia.

Gosto da postura de pessoas que não têm medo de errar e, como todo cidadão de bem, toma uma decisão. Não vem ao caso se o apoio a Dilma foi bom ou ruim (cada um tem uma opinião sobre isso), mas aprovo com louvor a postura do Chico, do Leonardo, do Fernando, do Emir e do Eric. Quantos deles estão espalhados pelo Brasil e ainda permanecem em silêncio, ignorando a importância da democracia e da faculdade que têm para se manifestarem politicamente?
Eles não precisam acertar sempre em relação às atitudes que tomam, mas têm o dever de tomar uma atitude e lutar pelo que acreditam ser melhor para o Brasil. E fizeram bem com o manifesto.

Espero que Dilma dê o devido valor a esse nobre apoio, como também aos votos de milhões de pessoas que nela confiaram o destino do Brasil. 
Seria bom se os demais artistas e intelectuais despertassem do sono profundo e se manifestassem junto ao seu público, dizendo o que pensam a respeito dos  rumos que estamos tomando: na política, no meio ambiente, na economia, na saúde, na segurança, em todas as áreas onde for possível contribuir. 

Notem que não estou pedindo apoio a Dilma (isso é pessoal, cabe a cada um), estou pedindo para participarem - seja com a arte ou o intelecto - da construção do Brasil, como o Chico e seus amigos fizeram. Se tiverem que discordar, discordem, xinguem, briguem, gritem, mas não deixem de dar a devida contribuição. Tom Zé, por exemplo, faz isso muito bem, da maneira dele: critica com elegância e inteligência.
O trabalho do cidadão não termina nas urnas.

Abaixo segue a reprodução do Manifesto. Um exemplo para a Democracia:

"Nós, que no primeiro turno votamos em distintos candidatos e em diferentes partidos, nos unimos  para apoiar Dilma Rousseff. Fazemos isso por sentir que é nosso dever somar forças para garantir os avanços alcançados. Para prosseguirmos juntos na construção de um país capaz de um crescimento econômico que signifique desenvolvimento para todos, que preserve os bens e serviços da natureza, um país socialmente justo, que continue acelerando a inclusão social, que consolide, soberano, sua nova posição no cenário internacional.

Um país que priorize a educação, a cultura, a sustentabilidade, a erradicação da miséria e da desiguladade social. Um país que preserve sua dignidade reconquistada.

Entendemos que essas são condições essenciais para que seja possível atender às necessidades básicas do povo, fortalecer a cidadania, assegurar a cada brasileiro seus direitos fundamentais.

Entendemos que é essencial seguir reconstruindo o Estado para garantir o desenvolvimento sustentável, com justiça social e projeção de uma política externa soberana e solidária.

Entendemos que, muito mais que uma candidatura, o que está em jogo é o que foi conquistado.


Por tudo isso, declaramos, em conjunto, o apoio a Dilma Rousseff. É hora de unir nossas forças no segundo turno para garantir as conquistas e continuarmos na direção de uma sociedade justa, solidária e soberana.

Leonardo Boff
Chico Buarque
Fernando Morais
Emir Sader
Eric Nepumuceno"

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