30 de jan. de 2013

A Tragédia em Santa Maria

Confesso que fico bastante preocupado com a sede de vigança do povo e do Estado em relação aos donos da boate Kiss. A necessidade de apuração e punição, realmente pertinentes, não pode sobrepujar o bom senso e o equilíbrio que se espera das autoridades.

Lembro-me da sensatez da Glória Perez ao se manifestar, mais ou menos dessa forma, sobre o assassino da sua filha: "- Eu não posso perdoar o assassino da minha filha. No calor dos fatos, eu não sei o que faria. Mas, tambem, não posso aceitar que o Estado institucionalize a pena de morte".

É claro que, em relação a essa tragédia em Santa Maria, não se fala em pena de morte propriamente dita, e nem poderia. Mas, pena desmedida (cível ou criminal), e perseguições além da conta (por parte do Estado ou de quem quer que seja), não deixam de causar a morte lenta de quem não quis, de forma alguma, a morte de ninguém.

Não é levando os pecadores ao fogo que eliminaremos os pecados do mundo.

Justiça não é vingança.

Talvez seja um bom momento para pensarmos mais em Deus.

22 de jan. de 2013

Tem-bala no Brasil? Sou contra!



Desculpem-me. Não é que eu queira ser o chato da turma contrariando a ideia de avanço da nossa nação, é que não temos maturidade para isso ainda.

Olhem o caso de São Paulo, que se diz a locomotiva do Brasil. Aqui opera a CPTM. Apesar de todo o faturamento gerado (e olhe que ainda há faturamento perdido pela demanda reprimida), ela não consegue fazer funcionar decentemente nem o trem-lesma, quanto mais o trem-bala.

Temos uma rede ferroviária medíocre, que faz vergonha perante o México que sequer  integra o BRICS. Na vedade, nossa rede ferroviária faz vergonha a nós  mesmos, já que temos que integrar carro, trem e ônibus para chegarmos a regiões importantes do Estado, de forma cara e lenta, e isso em pleno o século XXI.

Mas, se por obra do destino, houver mesmo trem-bala no Brasil, acho que será assim: No primeiro dia uma beleza, presidente da república, ministros, governadores, uma infinidade de autoridades o estreariam com fogos e confetes. Uma maravilha.  Nos dias seguintes, após a acomodação das coisas e o retorno à nossa dura realidade, todo o glamour se arrefeceria.

Por vezes, ouviríamos a mensagem padrão CPTM: “Informamos que os intervalos entre as composições foram ampliados em razão de manutenção na rede, havendo lentidões ocasionais”.  A isso se seguiriam xingamentos e desespero por parte dos usuários:

- Que merda! Pago caro nessa b@$%* e nem assim essa p@$$& anda!

Como o tempo, acostumaríamos a esses intervalos alongados (brasileiro se acostuma com tudo mesmo).  Algumas semanas depois, haveria cartazes nas estações: “Nos dias 14, 15 e 16 o trem-bala não circulará devido à necessidade de manutenção na rosqueta da parafuseta”.

Alguns meses depois: “Em decorrência dos últimos acidentes, o funcionamento do trem-bala será suspenso por prazo indeterminado para aperfeiçoamento do sistema”.

Décadas  depois, os mais velhos falarão para os mais jovens:
- Antigamente existia trem-bala no Brasil...
- E por que não há mais?
- Foi suspenso para manutenção...

Infelizmente, no Brasil é assim: Vivemos consertando defeitos emergenciais, remediando; raramente nos esforçamos para evitá-los. Veja o caso das tragédias no Rio de Janeiro e Santa Catarina: nem consertamos os problemas de anos atrás, causados por previsíveis deslizamentos de terra, e já sobrevieram problemas novos (os EUA, China e Japão praticamente já se recuperaram de terremotos e furacões homéricos ocorridos posteriormente).

Nem das áreas-chave como saúde, educação e segurança, cuidamos direito. Só depois de tudo estar desgraçado é que ensaiamos algumas soluções...

Veja ainda o exemplo das linhas telefônicas e internet: Há alguns anos, ouvíamos na televisão “O Brasil terá internet 3G de alta velocidade. Agora poderemos transmtir dados, voz e vídeo em tempo real”. Apesar de toda essa propaganda, hoje, anos depois, mal conseguimos usar o telefone para conversar. É preciso sorte para falar sem que a ligação caia ou fique ruim... 3G lá fora é uma coisa, aqui é outra. Da mesma forma ocorrerá com o trem-bala. 

Portanto, definitivamente, de trem-bala no Brasil estou fora!  

15 de jan. de 2013

O equivocado discurso sobre a água


Esse negócio de que devemos tomar banho de cinco minutos, não lavar o carro, a calçada e etc, em razão da escassez de água, parece-me bastante incoerente. É sério! Ainda não o entendi.

É claro que a água é o principal recurso de subsistência de todos os seres vivos. Sem ela já era! Morreremos mesmo!

Mas, há um certo exagero nessas afirmações de que devemos "racionar" urgentemente. Aliás, se dependermos uns dos outros estaremos  f#&!%*. Não quero depender da boa vontade do meu vizinho, ou do vizinho do meu vizinho, ou do primo do tio do amigo do dono do supermercado do meu bairro. Se o Estado detém o controle dos recursos, cabe a ele  controlá-los adequadamente. É para isso que voto.

Um racionamento de água (como de comida, energia, combustível, etc) será necessário no futuro sim, mas, como a torneira está nas mãos do Estado, esse não será o problema. É só ele fechá-la e pronto (aliás ele já fez isso antes e ninguém morreu). Se for o caso de termos água dia sim e dia não, beleza. Teremos que nos adaptar e vamos fazer isso de qualquer jeito. Tomaremos banho rápido, escovaremos os dentes com a torneira fechada, a barba poderá ser feita a seco e por aí vai. Portanto, é muito simples solucionar a questão do racionamento.

A questão preocupante, muito preocupante mesmo, que se encontra deslocada do discurso oficial - sabe-se lá por qual razão -, é a falta de cuidado com as fontes de água. Estas sim, não podem, em hipótese alguma, serem maltratadas como estão sendo.

Enquanto o governo se preocupa com o tempo do banho das pessoas, cidades inteiras estão despejando esgoto em rios e represas (ou seja, o próprio governo descuida daquilo que deveria cuidar). Andar por aí e ver esgotos não canalizados, ou, mesmo canalizados, tendo um rio ou represa como destino, faz doer o coração. Basta ver o caso de São Paulo: rio Tietê e Pinheiros. Estes rios estão na UTI (se é que ainda podemos chamá-los de rios).

A grande maioria do povo não vê isso. Outro tanto, que se informa um pouco, tem um contato indireto com esse fato. No mais, apenas 0,0001% da população tem contato direto ao percorrer rios e represas. Estes sentem na pele (e no nariz) o estrago que o governo está fazendo, seja por ação (despejo direto da captação pública), ou indireto (não fiscalizar o despejo de dejetos privados), já que é dele a responsabilidade de cuidar e regular o destino dos esgotos domésticos e industriais.

Então, meus amigos, vou continuar  tomando meu banho demorado e quentinho por muito tempo. Só não lavarei o carro com mais frequência porque tenho preguiça mesmo, seja em casa ou nos lava-rápidos (que, aliás, nunca são rápidos e nunca vi um trabalhar assim link ).

A propósito, sempre que falamos em escassez dos recursos, nenhum discurso sério  pode ignorar o crescimento populacional. Será que não há gente demais no mundo?

13 de jan. de 2013

Saudade do bom Rock Nacional

A mídia cala o Rock porque políticos importantes fazem gestão para isso.
Depois do "VTNC Sarney", cantado junto com a multidão pelo Dinho Ouro Preto, o Rock sumiu...
Precisamos de mais roqueiros conscientes; como o Renato, o Dinho, Paulo Ricardo...
Precisamos, ao menos, que a música nos salve desse Brasil torto que está sendo construído.
Independentemente do gosto ou estilo musical, é preciso que os formadores de opinião voltem a despertar o povo, especialmente os roqueiros, já que o Rock se presta melhor para isso, pois nasceu para protestar.
Saímos da Ditadura para a Democracia, mas essa nossa Democracia não singnifica mais nada...