Quem manda na Grécia? |
Irineu Tolentino
A "vitória" das eleições gregas pelo partido conservador Nova Democracia, liderado por Antonis Samaras, na verdade, é a assunção de uma grande responsabilidade num momento extremamente frágil da História da Grécia e da Europa.
Porém, a gravidade da situação - por incrível que pareça - dá um certo alívio a Samaras. Segundo o senso comum, os obstáculos já são intransponíveis; assim, o que ele fizer estará bom. De outro lado, se o plano dos conservadores não der certo e a Grécia sair da Zona do Euro (o que ainda é muito provável), não será por culpa dele.
Logo, a busca por coalisão é uma alternativa imediata razoável e igualmente tranquilizadora, independentemente do seu resultado. Se a oposição topar, beleza, facilitará as coisas e servirá para dividir a responsabilidade; se não topar, poderá levar a culpa pelos problemas que eventualmente advierem do fracasso dos planos da direita.
De todo modo, acende-se uma luz no fim do túnel para a Europa, suficiente apenas para ela ganhar tempo e costurar novos acordos.
Mas, vale lembrar, o problema geral ainda é de falta de dinheiro. Não tenho a menor ideia de como eles poderão resolver isso, já que a Grécia é só a ponta do iceberg e o cobertor europeu é curto.
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