17 de jun. de 2013

Voltei a sentir orgulho do Brasil


Acostumado a ouvir críticas negativas do Brasil e dos brasileiros, que não temos educação, não somos politizados, somos excessivamente tolerantes, etc, etc, etc., confesso que voltei a sentir orgulho do nosso povo ao rever movimento tão expressivo como esse injustamente reduzido à expressão "Passe-Livre". Não se trata mais de "passe-livre", mas de um levante popular para resgatar a moralidade e a justiça.

Valcke  jamais deveria dizer que precisamos "levar um ponta-pé no traseiro". Há muita corrupção no Brasil mas igualmente há muita corrupção na FIFA, e disso eles não falam.

Em nenhum país do mundo a FIFA encontrou tamanha resistência à sua petulância como encontrou no Brasil. O Brasil ficará conhecido, creio eu, como o país que colocou a FIFA no seu devido lugar. Pedimos sim a Copa, mas no pedido não incluímos renúncia à nossa soberania e nem à nossa dignidade. Também não estavam incluídos os bilhões gastos de forma desmedida apenas para atender aos seus interesses exagerados e sabe-se lá de quem mais, enquanto milhares de pessoas passam fome.

Aqui é o país do futebol, e nós sabemos o que é futebol. Futebol não é o que essa instituição faz. Isso é  cartolagem (25.000 nas ruas contra preço da passagem e contra a FIFA).

Também o PT está recebendo, goela abaixo, uma bela lição de moral: esse país é nosso não da FIFA e nem do PT, partido que está em decadência moral e funcional, não tem bandeiras, não tem fidelidade ao seu eleitorado, não tem honestidade e nem justiça.

O PT tem dificuldade de aplicar a lei nos seus quadros e de respeitar a Ética. Conduzir seus membros condenados à Câmara dos Deputados, como se heróis fossem, foi um desrespeito ao STF e ao povo brasileiro. Mesmo cabendo recurso contra  a condenação, não era prudente ignorar o anseio popular por um pouco de moralidade, não era razoável provocar o povo de forma tão irresponsável como fora feito.

Há muito o povo está criticando os valores gasto com os estádios, o nível de corrupção, a carga tributária, a falta de investimentos em infra-estrutura, saúde, educação e segurança. Dilma não ligou para nada disso. Deve ter pensado: "Com as bolsas os pobres estarão do nosso lado". Ora, quem paga boa parte dessa conta é a cansada classe média. O governo, ao implantar benefícios de forma indiscriminada, sem considerar mérito-necessidade, fez mera cortesia com o chapéu dos outros.

Renan Calheiros também não respeitou a vontade de um milhão e seiscentas mil pessoas que pediram para ele se afastar da presidência do Senado. Fizeram uma eleição obscura entre eles, um pequeno grupo de senadores,  ignorando a vontade popular, denotando usurpação do mandato.

Feliciano igualmente desrespeitou o povo ao fazer ouvidos moucos para a voz das ruas, como se fosse dono de um pequeno reino privado, a CDHM.

O povo avisou através de diversos canais, mas não foi ouvido. Restava-lhe apenas ir às ruas. Mostrar que está vendo tudo e não está satisfeito com nada.

Antes chamados de vândalos, agora os manifestantes alçaram o status de heróis da nação. Num primeiro momento a polícia agrediu-os com balas de borracha e bombas, agora o Comandante-Geral da PM/SP pediu para incluir na pauta de reivindicações a prisão dos condenados pelo mensalão: "Há muita coisa errada", disse ele (link).

O movimento ganhou força, espalhou-se por diversos estados brasileiros, encontrou coro internacional e promete marcar nossa História (link).

Espero que o saldo disso tudo, mais do que R$ 0,20 a menos na passagem de ônibus, seja um pouco mais de respeito pelo povo e pelo Brasil.

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