1 de jul. de 2012

A ineficiência energética dos carros modernos



Irineu Tolentino

Vejo modelos de carros sendo lançados todos os dias, um mais bonito que o outro; mas, na essência, todos são iguais.

As montadoras enchem os veículos de "fluflus" e se esquecem da principal função que é transportar pessoas.

Computador de bordo, trava elétrica, banco com aquecimento "super-plus-ultra-hi-tech-com-fibra-de-carbono-aprovada-pela-NASA-etc", air bag, sensor de ré, suspensão inteligente, ar condicionado digital, banco de couro,  porta-trecos, volante ajustável e mais trocentos itens que nada tem a ver com a função principal do veículo que é nos levar do ponto "A" ao ponto "B".

Há muito conforto e pouca eficiência energética. Os carros dependem da queima de  combustível e o mundo reclama do excesso de consumo e da poluição, e a indústria coloca mais fluflus nos veículos.

A principal fonte de combustível (o petróleo) é altamente poluente e já está no final do ciclo (vai acabar mesmo!), mas os engenheiros automobilísticos não se preocupam em melhorar a performance dos motores otimizando a principal função. Apenas potência, potência e potência... Até parece coisa de gente impotente.

Para se ter uma idéia, tive um fusquinha 1982 e viajei com ele de São Paulo até Maceió.  Ida e volta, mais os passeios intermediários e as perdidinhas básicas, rodei 5.500km. É óbvio que o conforto em relação aos carros de hoje está bastante discrepante, mas em relação ao consumo, não vi muita diferença. Talvez um pouco mais ou (pasmem!) um pouco menos (dependendo dos modelos comparados), mas, na essência, é a mesma coisa. Fui do ponto "A" ao ponto "B" tranquilamente.

Ah! Mas tem o Camaro, os Ferrari, Lamborghinis, Porsches, Audis... Não passam de design, conforto potência e fluflus. Só isso!  

Está bem, sou um maluco mesmo: não tenho a capacidade de perceber a diferença substancial entre um Ferrari e um Fusquinha. Tudo bem, até há, mas depende do ponto de vista.  No quesito principal (transportar pessoas)  é a mesma coisa. Aliás, o Fusquinha 1300 ganha dos Ferraris, Lamborghinis ou seja lá o que for: consome menos. Talvez perca para alguns dos populares nesse quesito, mas não fica muito atrás.

Então, qual foi a  evolução significativa da indústria automobilística nos últimos 50 anos? Apenas transformar um veículo num spa!

As empresas precisam acordar e assumir um compromisso tecnológico para otimizarem a eficiência dos seus veículos. 

Agora elas estão preocupadas com o etanol, hidrogênio e energia elétrica, apenas porque o petróleo está no fim, não para tirar o atraso tenológico que há nos motores dos seus carros.

Preocuparam-se demais com o lucro no curto prazo...

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