30 de mai. de 2013
21 de mai. de 2013
Joaquim Barbosa, o bárbaro
“Nós temos partidos de mentirinha. Nós não nos identificamos com os partidos que nos representam no Congresso, a não ser em casos excepcionais. Eu diria que o grosso dos brasileiros não vê consistência ideológica e programática em nenhum dos partidos. E tampouco seus partidos e os seus líderes partidários têm interesse em ter consistência programática ou ideológica. Querem o poder pelo poder”.
Isso foi dito por Joaquim Barbosa (STF) em resposta a um estudante que lhe indagou a respeito da interferência do Judiciário no Parlamento brasileiro.
Não é de hoje que Barbosa “polemiza” diversos assuntos. Ele tem, realmente, alguns rompantes que, de certa forma, assusta; mas, na essência, muito se aproveita do que ele diz. Na verdade, muitas das suas falas deveriam ser ditas por outros que não o fazem por motivos que desconheço.
Talvez por isso, ele alçou, sem querer, o posto de herói nacional. Em tempos conturbados como os que estamos vivendo (altos índices de corrupção e descrença generalizada na política nacional) dizer algumas poucas palavras gera eco junto a uma sociedade carente de referências morais.
Não estou, de forma alguma, fazendo a defesa do Ministro. Ele não precisa. E também não estou abonando tudo o que ele diz. Mas, confesso, senti-me um pouco aliviado por ouvir alguém dizer algo que todo mundo sabe e, não sei por qual razão, não se manifestam.
Em síntese, algumas provas do acerto de Barbosa na sua conclusão preambular, poderiam ser assim elencadas: a) o Partido Verde (PV) nunca conseguiu emplacar uma pauta consistente de defesa do meio ambiente, nem mesmo num cenário de alta demanda como temos há décadas; b) Afif Domingos (PSD), é, ao mesmo tempo, Vice-Governador de São Paulo e Ministro de Dilma, sem que qualquer partido questione isso de forma séria. Permitem-no jogar na situação e oposição ao mesmo tempo (coisa estranha); c) o Partido Socialista Cristão (PSC), na sua própria essência, segundo meu juízo, desrespeita a laicidade do Estado na medida em que evoca valores religiosos para obter postos num Estado que, institucionalmente, coloca Deus à parte; d) A bancada evangélica, composta por membros de vários partidos, idem. É incongruente (ao menos para mim) a conciliação entre sua institucionalização e os valores buscados pelo Estado; e) o troca-troca de partido seria compreensível em circunstâncias excepcionais. Não consigo compreender como uma pessoa substitui bandeiras/valores como se troca de roupa; f) Os partidos comunistas (PCB, PC do B, PC sei la o que), como a própria História tem demonstrado, jamais conseguiriam substituir, com êxito, uma política de mercados como a nossa por uma “ditatorial-beneficente”. A menos que, por êxito, entendam assemelhar o Brasil a Cuba ou à Coréia do Norte; g) Renan Calheiros, presidente do Senado, ainda não explicou porque se mantém no cargo apesar de 1,6 milhão de pessoas terem pedido a sua saída, h) Feliciano, em situação semelhante, ainda preside a CDHM...
Enfim, poderíamos passar horas e horas engrossando o rol de situações que dão lastro a Joaquim Barbosa. Assim, até que me provem o contrário, temos sim muitos partidos de mentirinha.
15 de mai. de 2013
Mais pontapés no traseiro
Definitivamente, precisamos de mais pontapés no traseiro para melhorarmos:
a) Saúde
b) Educação
c) Segurança
d) Infraestrutura
e) Pesquisa e Tecnologia
f) Política
g) Tributação...
Enfim, terminada a Copa, haverá muito, mas muito trabalho para Valcke.
Não consigo compreender porque e que o governo brasileiro tem condições de atender às reivindicações da FIFA, muitas delas feitas por mero capricho, e finge de morto para as justas reivindicações dos brasileiros.
8 de mai. de 2013
Afif Domingos e a onipresença
A recente nomeação de Guilherme Afif Domingos para a Secretaria da Micro e Pequena Empresa do governo federal (sem que ele deixe de ser vice-governador de São Paulo), cria uma situação extremamente inusitada: um homem jogando ao mesmo tempo em dois times adversários (?).
Na Física, há uma lei que diz que "dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço". Logo, não seria exagero dizer, que um corpo não pode ocupar dois lugares no espaço, pois ele não tem o dom da onipresença.
É óbvio que Afif consultou sua assessoria jurídica e deve ter encontrado alguma lacuna legal que lhe "permita" tal intento. Aliás, quando se fala em interpretar leis, mesmo tecnicamente, sempre é possível encontrar interpretações divergentes igualmente razoáveis. A tese e a antítese, via de regra, subjazem a qualquer coisa. Basta um pouco de paciência, percuciência e alguns livros.
Mas, será que do ponto de vista moral, ou mesmo do povo, isso é correto?
A função de um vice não é acompanhar o titular e estar sempre atento às ocorrências para poder substituí-lo em qualquer eventualidade? Qual a justificativa para Afif permanecer em Brasília, à disposição do governo federal, se o Estado de São Paulo lhe paga para trabalhar aqui como vice-governador? Como alinhar essa situação aos interesses da fazenda pública do Estado de São Paulo?
Na Física, há uma lei que diz que "dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço". Logo, não seria exagero dizer, que um corpo não pode ocupar dois lugares no espaço, pois ele não tem o dom da onipresença.
É óbvio que Afif consultou sua assessoria jurídica e deve ter encontrado alguma lacuna legal que lhe "permita" tal intento. Aliás, quando se fala em interpretar leis, mesmo tecnicamente, sempre é possível encontrar interpretações divergentes igualmente razoáveis. A tese e a antítese, via de regra, subjazem a qualquer coisa. Basta um pouco de paciência, percuciência e alguns livros.
Mas, será que do ponto de vista moral, ou mesmo do povo, isso é correto?
A função de um vice não é acompanhar o titular e estar sempre atento às ocorrências para poder substituí-lo em qualquer eventualidade? Qual a justificativa para Afif permanecer em Brasília, à disposição do governo federal, se o Estado de São Paulo lhe paga para trabalhar aqui como vice-governador? Como alinhar essa situação aos interesses da fazenda pública do Estado de São Paulo?
Acho bacana a ideia do "dar-se as mãos em prol de objetivos comuns", a cultura da paz e da primazia do interesse público, mas, sinceramente, não sinto isso nesse caso. Parece-me que se trata mesmo é de burla ao espírito da lei e do bom senso.
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