Na Física, há uma lei que diz que "dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço". Logo, não seria exagero dizer, que um corpo não pode ocupar dois lugares no espaço, pois ele não tem o dom da onipresença.
É óbvio que Afif consultou sua assessoria jurídica e deve ter encontrado alguma lacuna legal que lhe "permita" tal intento. Aliás, quando se fala em interpretar leis, mesmo tecnicamente, sempre é possível encontrar interpretações divergentes igualmente razoáveis. A tese e a antítese, via de regra, subjazem a qualquer coisa. Basta um pouco de paciência, percuciência e alguns livros.
Mas, será que do ponto de vista moral, ou mesmo do povo, isso é correto?
A função de um vice não é acompanhar o titular e estar sempre atento às ocorrências para poder substituí-lo em qualquer eventualidade? Qual a justificativa para Afif permanecer em Brasília, à disposição do governo federal, se o Estado de São Paulo lhe paga para trabalhar aqui como vice-governador? Como alinhar essa situação aos interesses da fazenda pública do Estado de São Paulo?
Acho bacana a ideia do "dar-se as mãos em prol de objetivos comuns", a cultura da paz e da primazia do interesse público, mas, sinceramente, não sinto isso nesse caso. Parece-me que se trata mesmo é de burla ao espírito da lei e do bom senso.
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