Desculpem-me. Não é que eu queira ser o chato da turma
contrariando a ideia de avanço da nossa nação, é que não temos maturidade para
isso ainda.
Olhem o caso de São Paulo, que se diz a locomotiva do Brasil.
Aqui opera a CPTM. Apesar de todo o faturamento gerado (e olhe que ainda há
faturamento perdido pela demanda reprimida), ela não consegue fazer funcionar
decentemente nem o trem-lesma, quanto mais o trem-bala.
Temos uma rede ferroviária medíocre, que faz vergonha perante o México que sequer integra o BRICS. Na vedade, nossa rede ferroviária faz vergonha a nós mesmos, já que temos que integrar carro, trem e ônibus para chegarmos a regiões importantes do Estado, de forma cara e lenta, e isso em pleno o século XXI.
Temos uma rede ferroviária medíocre, que faz vergonha perante o México que sequer integra o BRICS. Na vedade, nossa rede ferroviária faz vergonha a nós mesmos, já que temos que integrar carro, trem e ônibus para chegarmos a regiões importantes do Estado, de forma cara e lenta, e isso em pleno o século XXI.
Mas, se por obra do destino, houver mesmo trem-bala no Brasil,
acho que será assim: No primeiro dia uma beleza, presidente da república,
ministros, governadores, uma infinidade de autoridades o estreariam com fogos e
confetes. Uma maravilha. Nos dias seguintes,
após a acomodação das coisas e o retorno à nossa dura realidade, todo o glamour se arrefeceria.
Por vezes, ouviríamos a mensagem padrão CPTM: “Informamos que os intervalos entre as
composições foram ampliados em razão de manutenção na rede, havendo lentidões
ocasionais”. A isso se seguiriam xingamentos
e desespero por parte dos usuários:
- Que merda! Pago caro
nessa b@$%* e nem assim essa p@$$& anda!
Como o tempo, acostumaríamos a esses intervalos alongados
(brasileiro se acostuma com tudo mesmo). Algumas semanas depois, haveria cartazes nas
estações: “Nos dias 14, 15 e 16 o trem-bala
não circulará devido à necessidade de manutenção na rosqueta da parafuseta”.
Alguns meses depois: “Em
decorrência dos últimos acidentes, o funcionamento do trem-bala será suspenso por
prazo indeterminado para aperfeiçoamento do sistema”.
Décadas depois, os
mais velhos falarão para os mais jovens:
- Antigamente existia
trem-bala no Brasil...
- E por que não há mais?
- Foi suspenso para
manutenção...
Infelizmente, no Brasil é assim: Vivemos consertando
defeitos emergenciais, remediando; raramente nos esforçamos para evitá-los.
Veja o caso das tragédias no Rio de Janeiro e Santa Catarina: nem consertamos
os problemas de anos atrás, causados por previsíveis deslizamentos de terra, e já
sobrevieram problemas novos (os EUA, China e Japão praticamente já
se recuperaram de terremotos e furacões homéricos ocorridos posteriormente).
Nem das áreas-chave como saúde, educação e segurança,
cuidamos direito. Só depois de tudo estar desgraçado é que ensaiamos algumas
soluções...
Veja ainda o exemplo das linhas telefônicas e internet: Há
alguns anos, ouvíamos na televisão “O Brasil
terá internet 3G de alta velocidade. Agora poderemos transmtir dados, voz e
vídeo em tempo real”. Apesar de toda essa propaganda, hoje, anos depois, mal
conseguimos usar o telefone para conversar. É preciso sorte para falar sem que a ligação caia
ou fique ruim... 3G lá fora é uma coisa, aqui é outra. Da mesma forma ocorrerá com o trem-bala.
Portanto, definitivamente, de trem-bala no Brasil estou
fora!
Nenhum comentário:
Postar um comentário