Confesso que fico bastante preocupado com a sede de vigança do povo e do Estado em relação aos donos da boate Kiss. A necessidade de apuração e punição, realmente pertinentes, não pode sobrepujar o bom senso e o equilíbrio que se espera das autoridades.
Lembro-me da sensatez da Glória Perez ao se manifestar, mais ou menos dessa forma, sobre o assassino da sua filha: "- Eu não posso perdoar o assassino da minha filha. No calor dos fatos, eu não sei o que faria. Mas, tambem, não posso aceitar que o Estado institucionalize a pena de morte".
É claro que, em relação a essa tragédia em Santa Maria, não se fala em pena de morte propriamente dita, e nem poderia. Mas, pena desmedida (cível ou criminal), e perseguições além da conta (por parte do Estado ou de quem quer que seja), não deixam de causar a morte lenta de quem não quis, de forma alguma, a morte de ninguém.
Não é levando os pecadores ao fogo que eliminaremos os pecados do mundo.
Justiça não é vingança.
Talvez seja um bom momento para pensarmos mais em Deus.
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