29 de ago. de 2012

Incertezas do Negócio


Recentemente a MPX de Eike Batista sofreu uma derrota na Justiça do Chile que causou sérios prejuízos não só à empresa, mas ao próprio Chile. Ambos foram perdedores.

Trata-se de um investimento de US$ 5 bilhões que já estava paralisado há mais de ano por conta dessa confusa disputa judicial ( link).

Mas isso não acontece só no Chile. Aqui no Brasil coisas semelhantes são muito comuns dadas as dificuldades e burocracias para se obter licenciamentos ambientais. Essas incertezas afastam investidores que poderiam produzir riquezas no país.

Temos, por exemplo, o caso da usina de Belo Monte, que, malgrado o volume de investimentos, já virou palhaçada: ora está liberada, ora não.

Não é possível bilhões de dólares e empregos ficarem paralisados por conta de uma decisão judicial posterior à permissão do investimento. O país deixa de ser sério, tornando os investimento um jogo de dados.

Está na hora de pensarmos numa espécie de "Seguro Jurídico" de responsabilidade do Executivo. Como está hoje, o Executivo atrai os investidores e, depois, aparece o Judiciário, do nada, e bloqueia tudo.

É óbvio que não  estou criticando o trabalho técnico do Judiciário, que, seguramente, tem que continuar, o que critico é a ordem das coisas: primeiro se investe, depois se discute  se o empreendimento é lícito? Isso não pode acontecer. As concessões e alvarás deveriam passar pelo crivo da legalidade ouvindo-se todas as  partes envolvidas, para, só então, serem emitidos. Uma vez emitidos, não poderiam mais ser anulados, sob pena de o próprio Executivo, que chamou os investidores, ter que arcar com os prejuízos que as incertezas do país causaram. Aí sim, teríamos um terreno mais  fértil para novos e importantes negócios.

Um empresário não pode investir bilhões e ficar à mercê da sorte.

28 de ago. de 2012

Príncipe Nú! E daí?


Às vezes, a correria do dia-a-dia não me permite estar atualizado em "tempo real". Por isso, quando me meto e ler notícias, dou uma retroagida no tempo - coisa de alguns dias -, para ver o que perdi.

Deparei-me com o tablóide britânico Sun noticiando que o príncipe Harry foi flagrado, pelado, agarrando uma garota também nua, em Las Vegas... (Link). Que merda de notícia!

Tanta gente sendo morta na Síria,  tanta  gente passando fome na África, tanta gente desempregada e se matando por conta da crise  global e a "imprensa" britânica preocupada com o "bigulinho" real...
 
Mas,  talvez,  há algo de bom a ser tirado dessa situação. Londres, cumprindo as ordens dos EUA, quer a todo custo "deletar" Julian Assange. Na falta de alguma acusação importante, achou por bem, como de praxe, apontá-lo como autor de crime sexual em outro país; e, pior, sem qualquer acusação formal no país onde supostamente o crime teria acontecido.

Mas, agora veio a surpresa do príncipe Harry fazendo suas estripulias sexuais em Vegas, deixando a realeza com saia justa.

E agora José?





 

21 de ago. de 2012

Como Wall Street manipulou ações de tecnologia


Por Luis Nassif

Ontem, a valorização dos seus papéis transformou a Apple na empresa mais valorizada da história: US$ 662,50 bilhões, superando os US$ 620,58 bi da Microsoft no pregão do dia 30 de dezembro de 1999. Hoje em dia, a Microsoft vale US$ 258 bi.

O fato traz à memória a lambança que foi o mercado de tecnologia no final dos anos 90. Uma grossa cobertura da mídia norte-americana criou miragens inacreditáveis. Gurus milagrosos, capazes de transformar pó em ouro, eram incensados. Muitos deles vieram ao Brasil para explicar seu poder mágico de identificar os grandes lançamentos.

Tudo fazia parte de um enorme esbulho dos acionistas, que ainda não entrou no inventário dos golpes de mercado com derivativos.

Em 10 de março de 2.000, sob o título “A exuberância irracional e os bancos” analisei um episódio sintomático.

A Goldman Sachs, em análise feita naqueles dias, havia recomendado a compra de ações da Microsoft, que já vinham em queda desde dezembro.

Por aqueles dias, a União Europeia havia instaurado inquérito contra a empresa, acusando-a de práticas monopolistas. Chegava ao fim o arcabouço tecnológico e jurídico que permitiu a Microsoft crescer durante décadas, entrando em sistemas operacionais, bancos de dados, softwares de rede, games etc.

No artigo, reproduzi análises do leitor Cleber Resende.

Lembrava ele:

“Alguém em sã consciência pode sugerir que uma empresa que já vale US$ 400 bilhões poderá valer ainda mais?", perguntava ele.

Em 1998 a Microsoft faturou US$ 12 bilhões. Em 99, com todo o frisson causado pelo lançamento do Windows 98, US$ 14 bilhões. Ela teria que ter um lucro anual (lucro, não faturamento) de pelo menos US$ 40 bilhões, para valer o que valia por aqueles dias. No primeiro trimestre de 2012, seu lucro foi de US$ 5,11 bilhões.

(…) A sua especialidade é o mercado domiciliar e os pequenos escritórios. Quando sai para outros segmentos, a história tem sido outra. Em certos nichos, como o dos videogames, os computadores perderam feio para os consoles japoneses.

Posteriormente, a Microsoft foi bem sucedida no mercado de games.

Continuava a análise:

A sua penetração no mercado empresarial, em que lança agora o Windows 2000, não é das mais fortes. Até hoje o NT não conseguiu o desempenho dos sistemas Unix, e empresas como a Oracle continuam dominando amplamente o universo dos provedores de Internet.

A estratégia de casar as aplicações em desktops individuais com a rede produziu uma barafunda infernal em seus sistemas. O resultado foi a criação de programas dez vezes maiores que os dos concorrentes para executar as mesmas tarefas.

Pela primeira vez a Microsoft está entrando em um território em que já estão empresas tecnologicamente dinâmicas e consolidadas. E no seu próprio território a tendência será o acirramento da concorrência, pelo surgimento de sistemas abertos e de programas gratuitos e mais funcionais.

Provavelmente o banco tinha em carteira papéis da Microsoft. Despejando-os no mercado, as cotações cairiam mais ainda. Providenciou então uma análise favorável, para poder passar o mico para terceiros.

19 de ago. de 2012

Os EUA e as soluções sexuais

Os Estados Unidos têm muitos problemas sexuais.

Seus desafetos internos e externos normalmente são acusados pela prática de escândalos/crimes sexuais: Bill Clinton, Dominique Strauss-Kahn, diversos agentes do serviço secreto, membros das forças armadas e, agora, Julian Assange... Que falta de criatividade...

Se Al Capone fosse o alvo hoje, certamente teria comido alguém...

Se o Brasil utilizasse as técnicas avançadas de investigação dos EUA, já teríamos prendido uma infinidade de corruptos por terem f*%#$* com o país inteiro.

16 de ago. de 2012

Vai trabalhar ô preguicoso!


A Justiça decidiu: Ninguém é obrigado a sustentar vagabundo!
Mas, se os filhos forem bem educados (desde pequenininhos), não será necessário que o Judiciário tenha que se ocupar com esses assuntos.

Veja a matéria abaixo:

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina deu razão ao pai que deixou de pagar pensão alimentícia ao filho de 22 anos. Um acordo previu que o pai ajudaria a financiar os estudos do filho desde que entrasse na faculdade até julho de 2009 e que se empenhasse nos estudos. Ele ingressou na universidade em 2010 e a conclusão do juiz, do Ministério Público e dos desembargadores foi de que ele só se matriculou para continuar recebendo a pensão.

Leia mais em:
http://www.conjur.com.br/2012-ago-15/pai-deixar-pagar-pensao-filho-nao-interessa-estudar

15 de ago. de 2012

TJSP: Processo Digital cada vez mais próximo

O Tribunal de Justiça de São Paulo, sob o comando do presidente Ivan Sartori, está colecionando  sucessivos avanços tecnológicos.

São computadores modernos, sistemas de trabalho mais eficientes, vigilância terceirizada, monitoramento por CFTV nos Fóruns do Estado, e, como cereja do bolo, o processo digital, cuja implantação em todo o país vem sendo orquestrada pelo Conselho Nacional de Justiça -  CNJ.

Já há alguns Fóruns Digitais Piloto mostrando excelentes resultados. A redução de custos operacionais proporcionada pela "justiça sem papel", possível com os recentes investimentos em tecnologia pelo Tribunal de Justiça, é significativa.

Hoje, o maior Tribunal da América Latina (que há muito tempo amargava um atraso tecnológico de igual tamanho),  já consegue oferecer um serviço com melhor qualidade. E há mais por vir.

Abaixo segue matéria do Diário Oficial da Justiça - DJE, retratando o exemplo do Fórum Regional do Butantã (clique na imagem para ampliar):


A qualidade dos serviços bancários


por Luis Nassif

Ontem o Protest, da Maria Inês Dolci, organizou seminário e apresentou sua pesquisa sobre produtos bancários.

A pesquisa consultou 5.095 consumidores entre outubro e novembro de 2011. Constatou a fidelização do cliente ao banco em que mantem sua conta corrente; o fato da maioria dos clientes não saber o quanto paga de tarifas bancárias; e o fato de que a tarifa básica em geral é mais cara do que a cesta de serviços mais caras dos bancos.

Mediei uma mesa redonda sobre o tema, que reservou algumas surpresas.

"...o sistema ainda padece de muitas deficiências, apontadas na pesquisa. E aí fica claro que investimento feito em tecnologia não foi acompanhado por investimento similar em recursos humanos."

Nos anos 80 inaugurei o chamado jornalismo de serviços, criando a seção "Seu Dinheiro", no Jornal da Tarde e, depois, a "Dinheiro Vivo", na Folha. Naquele período, de inflação elevada, o grande serviço prestado era informar o cliente sobre as armadilhas embutidas nas contas do crédito e da aplicação.

O quadro hoje é outro - embora ainda se tenha muito a avançar. Nos últimos anos, o Banco Central obrigou à padronização nas formas de informar os juros. Obrigou também a padronização dos serviços bancários, permitindo a comparação entre produtos de bancos diferentes. Também destinou parte da fiscalização para fiscalizar as relações dos bancos com seus clientes.

De seu lado, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) criou um código de conduta e um sistema de autorregulação, que inclui até penalizações dos infratores. Mas há um longo caminho para se avançar.

Aliás, foi surpreendente a autocrítica de Gustavo Marrone, diretor de autorregulação da Febraban.

Identificou na pesquisa da Protest o reconhecimento do consumidor sobre a estrutura operacional dos bancos brasileiros, das mais avançadas do mundo por conta do período inflacionário. No entanto - salientou Marrone - o sistema ainda padece de muitas deficiências, apontadas na pesquisa. E aí fica claro que investimento feito em tecnologia não foi acompanhado por investimento similar em recursos humanos.

Um dos princípios fundamentais do banco politicamente correto deve ser o de oferecer produtos simples e adequadas a cada consumidor e só ofertar aquilo que o consumidor necessita.

Marrone reconhece as taxas elevadíssimas do cheque especial e do cartão de crédito. Por isso mesmo, diz ele, é para situações de absoluta emergência, de dois, três dias no máximo. Se o cliente está mais do que esse período no cheque especial, é responsabilidade do gerente aconselhá-lo e oferecer linha de crédito mais adequada e barata.

Em relação à conta corrente, diz ele, a lei diz que não se deve pagar nenhum centavo. Trata-se de uma obrigação básica do banco. Assim como oferecer pacotes padronizados de serviços. Mas reconhece haver falta de transparência nesses pacotes padronizados, gerando problemas de preços.

Marrone mencionou pesquisa recente de Gesner de Oliveira - ex-presidente do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), atestando que existe competição no setor financeiro.

Pela sua explanação, Gesner foi mais realista que o rei. Marrone admite que competição deixa muito a desejar e o trabalho de Gesner não trouxe nenhuma ideia do que é necessário para melhorar o ambiente competitivo.

8 de ago. de 2012

Inferno na Síria

Acho que a Síria é o único país do mundo que tem uma população decrescente.
Todo dia está morrendo gente por conta dessa guerra estúpida.

Parece-me que a estratégia do governo e dos rebeldes não está funcionando nem para um nem para outro.
Enquanto isso, a comunidade internacional, especialmente a ONU, limita-se a se sentir aterrorizada. Rússia, China e Irã permacem, ao que parece, comodamente indiferentes aos massacres.

Seria melhor se o povo (rebeldes, manifestantes, seja lá como queiram chamá-los), tivesse um lampejo - ainda que assoprado por algum espírito iluminado - e adotasse a estratégia de Gandhi, praticando a desobediência civil e a não violência. Governo nenhum resiste à paralisação geral do seu povo.

Francamente! Paraguai, de novo


Essa do Franco dizer que "não fornecerá  energia barata aos vizinhos", especialmente Brasil  e Argentina, é mais uma criancice do que uma decisão séria.

Primeiro, o Brasil não paga barato pela energia, paga o combinado. E, pelo que sei, combinado é combinado, é o preço justo; pactuado entre partes maiores e capazes.

Como se não bastasse a fragilidade das instituições paraguaias, do processo político e jurídico, há agora o descumprimento sistemático de contratos... Assim Franco ofende não só o contrato, suas leis, tratados, convenções, mas a todo o seu povo que, por anuir com tal situação, passará a não ser confiável. É isso que ele quer para o seu país? Essa é a grande mudança "pra melhor" que ele tem para oferecer ao seu povo?

O curioso, é que ele espezinha Chavez e faz igualzinho: contratos não cumpridos,  insegurança jurídica, decisões inconsistentes...

Franco, Franco,  olha a Grécia onde foi parar...