19 de abr. de 2012

As redes sociais e o controle dos filhos


Hoje, repete-se à exaustão que os jovens encontram-se bastante mal educadas em relação àquelas do tempo dos nossos avós (na verdade, temos que atualizar isso: acho que é em relação aos nossos bisavós...).
 
Muitos adolescentes se acham a última instância da razão, agridem e queimam professores, dão umas esfaqueadinhas básicas em colegas, traficam, portam armas, marcam brigas pelas redes sociais, etc. Note, por exemplo, o desabafo, um pouco exagerado mas compreensível, desse Delegado: http://alturl.com/7m65n 
 
Enquanto isso, o Estado zzzzzzzzzzz..., os pais zzzzzzzzzzzzzz...
 
Que é preciso mudar esse quadro todos sabemos. Praticamente é um consenso na Sociedade, nas Escolas, Igrejas, Congresso, Câmara dos Deputados...em todo lugar (quem não concorda  levante a mão!).
 
Por que isso  tudo está acontecendo? Por muitos motivos. Poderíamos escrever um tratado sobre o assunto, mas aqui não é lugar para isso e nem tenho qualificação para fazê-lo.  Tenho, para mim, que o Estatuto da Criança e do Adolescente, o famoso "ECA" (nome sugestivo esse não?) deu mais poderes às crianças e adolescentes, retirando dos pais, ainda que sem querer, parte do controle. De novo, é o Estado querendo consertar o mundo através de Leis e não de trabalho. Atrai para si a responsabilidade, não cuida e os pais esperam dele (é aquele negócio: cachorro com dois donos morre de fome mesmo!).
 
Mas, há quem diga, comodamente, que os problemas de hoje são "males da vida moderna" (como se a vida antiga não tivesse males); que a internet  está provocando desvios de comportamento, incentivando condutas ilícitas e imorais, etc e tal.
 
Mas não é verdade! Ocorre justamente o contrário. A Internet é uma excelente ajuda para os pais - e para o próprio Estado -, já que deixa rastros, permite a supervisão e controle das crianças e adolescentes (na verdade, permite controlar a vida de todo mundo): possibilita ver quem são os amigos dos filhos, qual o vocabulário que usam, as atividades que desenvolvem, os assuntos em que se envolvem... Os pais (e o Estado) poderiam tirar proveito disso, ao invés de se limitarem a dizer que Facebook, Orkut, MSN, Twitter, etc, prejudicam os filhos (os culpados são sempre os outros, nunca nós mesmos). O excesso (de qualquer coisa, até de comida) é que prejudica, o uso moderado ajuda, e muito.
 
Na minha infância (sem internet, sem TV, sem um monte de coisa que dizem que fazem mal),  crianças e adolescentes aprontavam, marcavam brigas tipo "rua de cima contra rua de baixo", pulavam muros (quando havia muros) para pegar frutas no quintal da vizinha...ou seja, uma série de coisas que os pais sequer imaginavam. Havia menos violência e mais respeito pelos outros sim, mas, proporcionalmente (já que havia apenas menos gente no mundo), os índices de ilícitos eram os mesmos.
 
Ah, lembrei, havia redes sociais também: a poderosa rede de vizinhos. Um falava para o outro, que falava para o outro, até que, alguns casos (apenas alguns) chegavam aos pais, que sentavam o porrete.
 
Hoje não se pode dar palmadas (poder não pode, né?), mas você pode supervisionar seus filhos muuuuuuito mais facilmente,  dar  unfollow, curtir, não curtir, compartilhar, ... é menos agressivo. Em todo caso, nem pense em cortar a internet, pois seu filho irá numa lan house, começará tudo de novo e, aí sim, você  não saberá de nada porque não tem a maldita da internet!

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