Essa história do
pastor Feliciano já está virando piada.
Já não me procupo tanto com
esse senhor que, a despeito de
tanta resistência popular e do próprio grupo que “pretende” representar na CDHM (especialmente as minorias), insiste em
permanecer num cargo onde não o querem.
A mim ele não representa e nunca irá representar. Como brasileiro eu o recuso! Como patrão eu o
demito. Definitivamente ele não tem legitimidade popular para ocupar a cadeira
da presidência da CDHM. Da minha parte, eu não lhe outorguei tal poder.
O pior, é que a bancada evangélica começa a fazer chantagem do tipo: “Se é para afastar o Feliciano, então tem que tirar o José Genoíno e o João Paulo Cunha da Comissão de Constituição e Justiça”, conforme disse o deputado João Campos (PSDB-GO), coordenador da bancada evangélica, representando, portanto, mais de 200 deputados (link).
Agora é que não entendi nada. Dá-me a impressão de que essa
postura é para manter o circo funcionando para esconder algo mais importante
que a sociedade já se mobilizava para resolver.
Ocorre que a CDHM não pertence ao PSC ou à bancada
evangélica, mas ao Brasil. É o interesse
desse país que deve ser colocado em consideração, não o de um ou de outro ator
político.
Ao tratar do assunto como vem tratando, especialmente à
custa de chantagem e pisando em grupos ainda não representados à altura na
política brasileira, parece-me que os
evangelicos esqueceram-se, com muita
rapidez, de que há pouco tempo eles eram a minoria que pleiteavam a defesa do
Estado. Agora que alçaram status e representatividade política, pisam nas
minorias que estão buscando os mesmos
direitos.
Quer dizer que, se deixarmos Feliciano presidir a comissão eles deixam Genoíno e João Paulo Cunha em paz? Eles sabem (ao menos
deduz-se isso), que estes dois não poderiam ocupar os cargos que ocupam, mas, se
não incomodarmos Feliciano, os mais de duzentos deputados da bancada
evangélica farão vista grossa para algo errado de que têm conhecimento? É isso?
Se for, estou começando a ficar preocupado com o futuro do
Brasil. Nas mãos de quem entregou-se o
poder de fazer leis, de conduzir o
Parlamento?
Esse comportamento está se afigurando mais uma investida
desastrosa da bancada e do partido “cristão”, que, convenhamos, de cristão nada
tem, até porque Cristo nunca buscou qualquer cargo político (seu reino não era
deste mundo).
Mas, política é política e faz-se com alguns atropelos mesmo,
resultado da confusa e imperfeita natureza humana. Então, vamos fazer o
seguinte, ao menos para respeitarmos o espírito das leis e a vontade popular (de
onde, teórica e juridicamente, emana
todo o poder colocado nas mãos dos agentes políticos): Afaste-se Feliciano, Genoíno e João Paulo
Cunha, e afaste-se também toda a bancada evangélica (se estiver realmente abonando as
declarações do deputado João Campos), por condescendência criminosa, chantagem e
desvio de finalidade do poder fiscalizatório e da própria legislatura.